É preciso entrega, desprendimento e humildade de saber que nada sabemos, pois o que sabemos é tão pouco diante da infinita verdade. Se o conhecimento é infinito, não podemos nós, como células ativas, estagná-lo, por conta da nossa ignorância, não temos este direito. Dedicar-se com o mesmo empenho, amor, devoção e continuar levando a todos aqueles que acreditam e aos que não acreditam, na luz, na força, no poder que imana do passado e das forças da natureza. Beto Koch -(Nov/2005).
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Inversão dos Pólos Magnéticos
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Apagão: Manipulação ou Teste Militar?
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
O que será?
Reportagem no endereço abaixo:
http://g1.globo.com/Noticias/PlanetaBizarro/0,,MUL1339511-6091,00-ESTRANHA+FORMACAO+DE+NUVENS+CHAMA+ATENCAO+EM+MOSCOU.html
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Vídeo Muito Fofo! Gatinho Safado!
Recebi este vídeo por email da Shaiane, dei muita risada, por se parecer muito com nossa gatinha "Ilva", Nome dado pelo meu pai, ele sempre diz que a gatinha se parece muito comigo, daí ele tirou duas letras de meu nome (sILViA) e deu a nossa gatinha. Portanto estou postando este vídeo em homenagem a todos gatinhos fofos, guerreiros, amados, bruxos, inteligentes do mundo!
Saber viver é uma arte prá ser cultivada sempre!
Beijão à todos
Att. Silvia Matos
sábado, 3 de outubro de 2009
Organizar Viagens é Desafiador
E sabe que ele tem razão, analisando de perto chegamos a esta conclusão!
domingo, 20 de setembro de 2009
Mateus 18:20
Mt. 18,20
Alguns estudiosos de templos “religiosos” entre outros com seus diversos interesses, defendem que onde há mais de uma pessoa falando em Jesus ali ele está.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Deus Não Desiste de Nós
Ao comparar esta frase com o texto (ler no site citado abaixo), uma pergunta, necessariamente, vêm à nossa mente: Porque Deus não desistiu de Jonas? Será que em Israel não havia nenhum sujeito menos teimoso, que odiasse menos aos ninivitas, que fosse mais capacitado?
E ao perguntar isso sobre Jonas, necessariamente precisamos abrir o leque de indagações: Porque Deus não desistiu de Abraão quando ele mentiu por causa de Sara?
Porque Deus não desistiu de Moisés quando ele ficou dando desculpas para não cumprir o chamado de Deus? - Porque Deus não desistiu de Saulo quando perseguia a sua Igreja?
Porque Deus não desistiu de Elias quando se sentindo sozinho, pediu para morrer? - Porque Deus não desistiu de Davi, quando adulterou e tramou a morte de Urias?
Porque Deus não desistiu do profeta Jeremias, quando inseguro se disse incapaz do exercício profético? - Porque Deus não desistiu de Pedro quando por três vezes negou a Cristo?
Finalmente, porque Deus não desiste de você; e porque Ele não desiste de mim quando em meio às minhas fraquezas, às minhas limitações, as minhas decepções, às vezes não quero mais continuar e desejo chutar o balde? ...
A vocação de Deus é fundamentada em seus decretos, e seus decretos são imutáveis. Nada muda os propósitos de Deus, pois eles são estabelecidos na eternidade. Quando Deus escolheu a Jonas será que Ele não conhecia a Jonas? Será que Deus não conhecia seu caráter, sua xenofobia, ou seja sua aversão às pessoas, aos pagãos, principalmente aos ninivitas? ... claro que sim! Porque ELE é DEUS. E um dos seus atributos é a onisciência! ELE sabe todas as coisas....
Mas, Deus tinha um propósito eterno a se concretizar na historia da vida de Jonas e no seu plano eterno Deus escolheu Jonas e não outra pessoa.
Literalmente, Deus nos caça até nos encurralar e nos deixar sem saída. - Usando a linguagem dos pescados da Igreja: “Ele crava em nós o seu anzol e por mais linha que tenhamos e por mais que nós nademos para longe,haverá um uma hora que Ele começa a girar o carretel do molinete e nós vamos parar dentro do seu cesto de pescaria”.
John Trapp, um teólogo, diz que: “Deus escolheu-nos para seu amor e agora nos ama por causa de sua escolha”. Ou seja, os propósitos de Deus são eternos e imutáveis!
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Fé Emotiva x Fé Consciente
A Fé emotiva obedece cegamente à voz do coração. A Fé consciente é uma questão de obediência à palavra de Deus.
A Fé emotiva segue os impulsos dos sentimentos.A Fé consciente exige a renuncia dos impulsos do coração.
A Fé emotiva torna as pessoas fracas, débeis, impotentes...A Fé consciente remove montanhas, traz a existência às coisas que não existem.
A Fé emotiva se alimenta de fantasias, ilusões e entusiasmos. A Fé consciente faz nascer o sonho realizável, enfim, torna possível o impossível.
Pergunta: Você sabe a diferença da fé emotiva e fé consciente? (Madrid)
Resposta: Fé emotiva é uma fé levada pela circunstância muitos sentem esse tipo de fé apenas quando estão dentro da igreja na companhia das pessoas, sentem uma emoção,mas esse tipo de fé não surti efeito algum,já a fé consciente é uma fé que luta contra a esperança é uma fé de quem carrega dentro de si uma certeza tão grande que mesmo que leve tempo ou apareça problemas insolúveis,a pessoa suporta sem desistir,e nada absolutamente tira essa certeza de dentro do coração,a pessoa que carrega uma fé consciente,Deus encontra espaço nela para guiar os seus passos,a pessoa não vai fazer besteira,não vai meter os pés pelas mãos. (Veritia)
Fé na Vida e Vamos Que Vamos!
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Templo Espírita Tupyara
1- Enviar carta informando: nome, idade, endereço, para correspondência, CEP e descrição resumida do problema.
2- Por favor mandar, se possível, junto à carta, envelope já selado e com endereço para resposta.
3- NÃO enviar exames, radiografias ou fotografias.
4- Nosso atendimento é inteiramente gratuito.
5- Nossa correspondência destina-se a problemas físicos e espirituais. Nosso trabalho destina-se ao bem-estar do ser humano.
6- Não nos é permitido, por determinação espiritual, dar diagnósticos ou consulta.
7- Não temos filiais, nem autorizamos ninguém a nos representar.
Rua Luiz Bezerra nº 116, Engenho Novo - CEP.: 20710-160
Rio de Janeiro/RJ - Brasil Tel. (21)2581-3399 / 2581-3499
Se necessário, telefonar nos seguintes dias e horários:
*2ª feira: 12h as 15h *4ª feira: 13h as 16h *Sáb.: 12h as 16h
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terça-feira, 11 de agosto de 2009
Nem Sempre a Clareza Nos Liberta
Duas mensagens nesta semana que obtive relacionado a esta mesma pessoa:
1º mensagem (Domingo – 09/08/2009)"Ele não quer crescer, reage com infantilidade";
2ª mensagem (Terça-feira – 10/08/2009) "Realmente ele é muito inteligente, mas lhe falta sabedoria, ou seja, seu amadurecimento".
E hoje conversando com este mesmo rapaz que entrou em contato comigo, me acordando cedo da manhã de minhas férias (10hs)... hehe... Ele me disse que um preto velho falou pra ele que precisavas acreditar mais. Daí sorri e emendei, acreditar requer uma ação, sendo que esta ação gera uma reação... O fato de acreditar não é de ficar parado e esperando que alguém te dá tudo nas mãos ou que faça por você, requer acreditar no que está buscando, mas tem que buscar, colocar o corpo a se movimentar.
A inteligência por si só não te faz ser salvo ou liberto de algo, requer sabedoria de processar tudo o que se passas na volta. A inteligência sem sabedoria nos faz sermos cada vez mais “burros”.
Quanto mais estudamos, mais burros nos tornamos, se não termos ou usarmos a sabedoria.
Os inteligentes podem entender tudo que falo e escrevo, mas não significa que os atingirei. Só aos sábios atingirei.
"Jesus crescia em sabedoria, amadurecimento e amor" (Luc. 2:5)
Luz Divina, Força Espiritual e Proteção Sempre.
Com carinho,
Silvia Matos
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Zíbia Gasparetto x Doutrina Espírita
A Federação quer que ela comprove que os espíritos passam todas as informações que ela escreve. Engraçado que o fato do Divaldo Franco, considerado uns dos melhores palestrantes e escritores da Doutrina Espírita, não focaram muito da questão das obras dele ser em parte tudo plágio. Ah claro a Zíbia é uma senhora já de uma avançada idade e o Divaldo um homem e de uma boa lábia. A Zíbia faz uma relação de vários possíveis fatos que na realidade acontece e o Divaldo preocupado em seguir as regras da Federação, completamente limitado.
São raras as casas que trabalham com espiritualidade que tem luz, na grande maioria, totalmente tomadas de cargas nocivas, a qual as pessoas procuram para poderem se limpar e buscar clareza e saem pior do que entraram. Agora o que está faltando, eis a questão da realidade de cada casa... Uma casa que se diz estar religada à Deus e tomadas pelas sombras... Será o que está faltando, não é?!?! E depois querem dizer que é a ZÍBIA GASPARETTO que tem problemas... Por Favor!!!!
domingo, 26 de julho de 2009
Separações
SEPARAÇÕES
Nas construções do bem, é forçoso contar com a retirada de muitos companheiros e, em muitas ocasiões, até mesmo daqueles que se nos fazem mais estimáveis.
É preciso aguentar a separação, quando necessária, como as árvores toleram a poda.
Erro grave reter conosco um ente amigo que anseia por distância.
Em vários casos, assemelham-se às estradas que se bifircam para atender aos desígnios do progresso.
Não servir de constrangimento para ninguém.
Se alguém nos abandona, em meio de emprendimento alusivo à felicidade de todos e se não nos possível atender à obra, em regime de solidão, a Divina Providência suscita o aparecimento de novos companheiros que se nos associam à luta edificante.
Nunca pedir ou exigir de outrem aquilo que outrem não nos possa dar.
Não menosprezar a quem quer que seja.
Saibamos orar em silêncio, uns pelos outros.
Apenas Deus pode julgar o íntimo de cada um.
sábado, 18 de julho de 2009
Lado Pessoal e o Lado Não Pessoal. Isto Existe?
“Harmonia pessoal e profissional”
“Desenvolvimento pessoal e profissional”
“Não levar para o lado pessoal”
“Isto é profissional e nada pessoal”
“Isto é pessoal e interfere no profissional”
“Já está levando para o lado pessoal”
“Eu busco fazer este curso por motivo profissional”
“Sucesso profissional e pessoal”
“Êxito pessoal e profissional”
“Fracasso pessoal e profissional”
“Realização pessoal e profissional”
“Vida profissional e pessoal”
“Trajetória pessoal e profissional”
E por aí vai...
Uma depende da outra, não sei quem inventou esta separação, toda busca que o ser humano busca, independente dos interesses, o pessoal está inerente, não existe uma busca e crescimento profissional, sem que o pessoal não esteja junto... No final do ano passado (2008) uma certa pessoa querendo que eu trabalhasse com ela, quando disse que não via luz onde eles se encontravam, disseram a mim que era uma colocação extremamente pessoal. O que eu fiz, simplesmente mentalizei “Que se fodam”... Uma coisa que aprendi, graças a minha proteção, não teimar em querer ver luz onde NÃO existe luz.
Quando faço uma colocação, se vierem me dizer que é pessoal da minha parte... Que se “fodam” e prefiro que nem se aproximem de mim... Agradeceria por permanecerem bem distante.
Meu centro de forças agradece!
Atenciosamente,
Silvia Matos
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Estrela e/ou Sol Individual de Cada Um
"Aqui existem os que têm, uns aceitam e outros não...
Aqui existem os que nada têm, uns têm a humildade de recomeçar e outros que preferem ficar embaixo dos outros que a possuem...
"Aqui têm os que tem e aceitam,
Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês que eu estou no Pai e que o Pai esta em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras. Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai. E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei. (João 14:6-14)
Atenciosamente,
Silvia Roldão Matos
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Parabéns Michael Jackson
Uma pessoa com uma criatividade e expressão fora do sério, caiu em buracos por causa da sua pureza de coração, inocência, sem maldade, se sentindo incompreendido, queria entender e compreender, mas não conseguia entender, mesmo querendo compreender o mundo em que ele se encontrava... Sentimento de solidão era fato, mas ele concluiu que não estava só... Quantos segredos e não poder e não ter com quem dividir... E de que forma expressar tudo isto?
You are not Alone.
Aqui deixo meus parabéns e aplausos ao Visionário Michael Jackson pela sua passagem e contribuição na evolução tecnológica, artística e cultural... Sei que só guerreiros com alma podem entender e compreender sua pessoa ... Igual ao Michael só o Michael... Este com certeza se livrou de todas dúvidas e dores.
Que Deus te Proteja Sempre!
"Vinde a mim as criancinhas"
domingo, 28 de junho de 2009
Victor = CHOQUE
Nunca vou me esquecer daquele dia, vc tinha entre 10 e 11 anos de idade. Fiquei surpresa com o seu sonho... E entendi profundamente a mensagem... Não contive fui ao banheiro e me derramei em lágrimas... E com certeza hoje onde cheguei e vou chegar ainda vc tem uma contribuição além do que possas imaginar...
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Momentos que Não Esperamos
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Todo Conhecimento Contaminado por Valores é dito Ideológico e não Científico
Print version ISSN 0102-311X
Cad. Saúde Pública vol.12 n.4 Rio de Janeiro Oct./Dec. 1996
doi: 10.1590/S0102-311X1996000400016
Epidemiologia clínica: nova ideologia médica?
Clinical epidemiology: a new medical ideology?
1 Departamento de Medicina Social, Faculdade de Ciências Médicas, Santa Casa de São Paulo.
Abstract In this work we discuss the emergence of Clinical Epidemiology with its doubly ideological nature. We begin by presenting different connotations of ideology, two of which are chosen to be discussed here. The first is the positivistic concept of ideology as the set of ideas of a given historical time; the second is the Marxist concept of ideology, as concealing relations of dominance. Under the first meaning, Clinical Epidemiology is discussed vis-à-vis ideas in force in the 1980's, giving it a predominantly post-modern character along with the load of individualism born by this word. Finally, we present the myths underlying Clinical Epidemiology, seen now according to the second meaning of ideology.
No âmbito das Ciências Sociais, o conceito de ideologia assume diferentes conteúdos nos diferentes autores que dele fazem uso. Vamos reter aqui duas dessas conceituações: a primeira, formulada explicitamente por Augusto Comte e a segunda formulada por Marx na crítica à ideologia alemã (Chauí, 1982; Lowy, 1985).
Para o primeiro desses autores, ideologia é definida como o conjunto de idéias de uma época, tanto como "opinião geral", quanto no sentido de elaboração teórica dos pensadores dessa época (Chauí, 1982). Desse modo, para responder a questão colocada como tema, poderíamos investigar as "idéias da época", isto é, em que contexto teórico surge a epidemiologia clínica, ou seja, sob que signo intelectual ela aparece. No plano mais geral da produção intelectual, ela encontra suas raízes no modernismo dos anos 70 e floresce na "pós-moderna" década de 80.
O que isso significa concretamente?
Após a explosão utópica e crítica dos anos 60, quando o moderno era sinônimo de transformações, negação, ruptura, o movimento cultural como um todo passou por uma tendência à fragmentação do real e por um isolamento progressivo, opondo ao predomínio do coletivo observado no período anterior o primado do individual (Berman, 1986). Nesse contexto, a epidemiologia clínica aparece até certo ponto como uma releitura da epidemiologia, campo privilegiado do estudo de fenômenos coletivos de saúde-doença, tentando adequá-la aos imperativos da abordagem clínica individual (Almeida-Filho, 1993).
Parte-se da constatação de que a realidade é um conjunto infinito e que para realizar uma investigação, para fazer ciência, é preciso trabalhar com dados finitos, relacionar a pesquisa a um objeto limitado, enfim, estudar fatos singulares (Lillienfeld et al., 1980). Esta retaliação do real, se por um lado liberta os cientistas de generalizações "extravagantes" e "vagas totalidades", por outro, impede a elaboração de um pensamento capaz de conduzir ao engajamento dos seus trabalhos e de suas vidas no processo da história. A mística do pós-modernismo se esforça por cultivar a ignorância da história e a considerar toda a atividade como recém-inventada e como se fosse inconcebível anteriormente (Berman, 1986).
A epidemiologia clínica, em seu discurso, recusa a experiência acumulada pela clínica por considerá-la não científica e, portanto, não moderna, e até certo ponto, recusa também o conhecimento produzido pela epidemiologia retendo dela apenas os principais instrumentos e métodos de investigação. Ao se definir como "um modo de produzir e interpretar observações clínicas em medicina" (Fletcher et al., 1982), ao mesmo tempo em que se coloca como "uma ciência relacionada com a contagem de eventos clínicos que utiliza o método epidemiológico para proceder a essa contagem e à sua análise" (Fletcher et al., 1982), ela aparece como síntese entre dois campos de conhecimento, retendo de um o objeto e de outro o método. Nesse processo de síntese, corre-se o risco de que se percam as "virtudes" de ambos (Almeida-Filho, 1992).
A Clínica se constitui como disciplina a partir da ruptura que se processa, já no final do século XVIII, com a medicina das espécies e a medicina das epidemias. Para os classificadores da medicina das espécies, o ato fundamental do conhecimento médico era uma demarcação correta dos sintomas em relação às doenças e destas no plano geral do mundo patológico que Foucault chama de o "jardim das espécies" (Foucault, 1977). No século XVIII o saber da medicina era assim descrito:
"A ciência do homem se ocupa de um objeto muito complicado, abarca uma multidão de fatos bastante variados, opera sobre elementos demasiadamente sutis e numerosos para sempre dar às imensas combinações de que é suscetível, a uniformidade, a evidência e a certeza que caracterizam as ciências físicas e matemáticas." (C. L. Dumas, ano XII da Revolução, citado por Foucault, 1977).
Desta aparente dificuldade colocada pelo próprio objeto à medicina, faz-se um elemento positivo para o conhecimento. A medicina descobre que a incerteza pode ser tratada como a soma de diversos graus de certeza atribuídos a elementos isolados e passíveis de cálculos rigorosos. Esta mudança conceitual foi decisiva: cada fato pode ser analisado e potencialmente medido, sendo então confrontado a um conjunto ou incluído numa série de acontecimentos. Com o saber probabilístico, a medicina e a clínica renovam internamente seus valores e a visibilidade do campo adquire estrutura probabilística. As idéias de normal e patológico adquirem conotações quantitativas mais do que qualitativas. O método anátomo-clínico possibilitou, pela configuração do fato patológico, enquanto elemento perceptível, observável, a constituição de um saber positivo para a clínica. O saber clínico torna-se assim um saber sobre a doença e não sobre o homem, uma vez que para tomar a doença como objeto de estudo foi preciso tratá-la como um ENTE ou um SER com existência própria (Clavreul, 1983).
Esse novo saber não nasce livre de contradições. Por um lado, ele é um saber que se refere a fenômenos patológicos que se expressam através de sintomas e sinais possíveis de serem captados pelo método de investigação clínica; de outro, é um saber que se refere à contagem de "casos clínicos" a partir dos quais vão se estabelecer as relações probabilísticas entre sinais e sintomas de um lado e significados ou diagnósticos, de outro.
O modo pelo qual a clínica opera reduções sobre esse "objeto complicado e múltiplo" que é o homem doente, na busca da constituição de um conceito positivo de doença, terá reflexos importantes sobre a prática médica. A prática clínica terá por fundamento a individualização dos casos através da delimitação das relações do indivíduo, objeto da investigação, e os outros membros da espécie. Isto é, a clínica procederá a uma redução ao biológico, não apenas enquanto recurso metodológico, mas também enquanto prática de intervenção (Mendes-Gonçalves, 1990).
Embora o estudo de condições, como as epidemias, que afetam as populações, sejam conhecidas desde a Antigüidade, é somente no século XIX que a epidemiologia irá aparecer como disciplina constituída (Almeida-Filho, 1988; Buck et al., 1988; Lillienfeld et al., 1980). Se recorrermos a diferentes autores e a diferentes trabalhos considerados clássicos, como os de James Lind (pelagra), Snow (cólera), Budd (febre tifóide) e outros, notaremos que o que caracteriza a epidemiologia é o estudo da saúde e da doença em grupos populacionais (Rothman, 1986; Kleinbaun et al., 1982). Podemos observar também que a grande maioria das investigações relaciona a ocorrência de doenças e as condições de vida das populações estudadas (Goldberg, 1982).
À medida em que os métodos de análise quantitativa vão se desenvolvendo, paradoxalmente, as análises sócio-econômicas vão se empobrecendo. Já no século XX, sob o impacto dos avanços técnicos, seja nas disciplinas básicas, seja nos instrumentos e técnicas de análise de dados, o interesse da epidemiologia vai se reduzindo a identificar relações entre "medidas de ocorrência de doenças e conjunto de determinantes" (Miettinem, 1985), realizando assim o ideal da clínica, em seu nascimento, a produção de um saber probabilístico sobre a doença.
Esta redução, em tudo semelhante àquela operada pela clínica na construção de seu objeto de estudo, acaba por fragmentar a realidade social, transformando a complexidade das relações sociais em fatores isolados, passíveis de medição e de tratamento por meio de modelos matemáticos que, embora sofisticados, são incapazes de reconstruir, mesmo que "palidamente" o real. Como afirma Goldberg (1982), o "princípio da simplificação" se opõe ao "princípio da explicação", ou seja, é impossível conhecer apenas a parte, sem conhecer o todo. Não cabe à epidemiologia simplesmente identificar, isolar, medir fatores de risco e associá-los a medidas de ocorrência; é sua tarefa também integrar esses fatores em uma explicação coerente.
É através da epidemiologia que a medicina pronuncia seu discurso sobre o social. Mas, ao abrir-se para o social, a epidemiologia fica sujeita a, enquanto campo teórico e prático, ser invadida por diferentes concepções do social e apresentar diversos projetos de compreensão e intervenção nas dimensões sociais da saúde e da doença (Mendes-Gonçalves, 1990).
A clínica e a epidemiologia têm em comum, além de seu interesse pela saúde e pela doença em humanos, o fato de terem "nascido" no período de ascensão da ordem burguesa. Marshall Berman (1986), citando Marx, descreve assim esse momento do processo histórico:
"O constante revolucionar da produção, a ininterrupta perturbação de todas as relações sociais, a interminável incerteza, a agitação distinguem a época burguesa de todas as épocas anteriores. Todas as relações fixas imobilizadas, com sua aura de idéias e opiniões veneráveis são descartadas; todas as novas relações recém-formadas se tornam obsoletas antes que se ossifiquem. Tudo o que é sólido desmancha no ar, tudo o que é sagrado é profanado e os homens são finalmente forçados a enfrentar com sentimentos mais sóbrios suas reais condições de vida e suas relações com os outros homens."
A clínica e a epidemiologia surgem sob o signo do provisório que marcará toda a época moderna. Tudo o que é sólido desmancha no ar, isto é, todos os valores, idéias, instituições, saberes, estão em constante transformação. É o abandono dessa cultura modernista, rica e vibrante e o refúgio no individualismo o traço mais característico das duas últimas décadas e é aí que a epidemiologia clínica surge como proposta de superação dos impasses da clínica e da epidemiologia.
O segundo sentido da palavra ideologia, aquele adotado por Marx, faz referência à produção e à função social da ideologia. A realidade não se constitui apenas como dado sensível (empirismo), nem tampouco como dado intelectual (racionalismo); ela é movimento incessante através do qual os homens estabelecem e institucionalizam modos de convivência. Nesse processo, os homens produzem idéias e representações para explicar e compreender sua vida. Estas idéias, entretanto, longe de refletir os processos tais quais eles são, tenderão a esconder dos homens o modo real de produção de relações sociais de exploração econômica e dominação política. Esse ocultamento da realidade chama-se ideologia (Chauí, 1982).
O que torna possível a existência da ideologia como "inversão do real" é: a suposição de que as idéias existem em si e por si, desvinculadas do mundo material, suposição esta propiciada pela separação, no mundo do trabalho, entre concepção ou projeto e execução; a alienação, isto é, o fato de que no plano da experiência vivida as condições reais de existência não aparecem ao homem como produzidas por ele, mas, antes, como produtoras dele, originárias de "forças sociais" alheias, tais como a natureza, o Estado, a razão etc.
Karl Mannheim definiu ideologia como conjunto de concepções, idéias, representações, teorias, que se orientam para a estabilização, legitimação ou reprodução da ordem estabelecida (Lowy,1985). Toda ideologia tem uma função marcadamente política, conservadora e reacionária no sentido de impedir as transformações. As ideologias desempenham esse papel social, substituindo na consciência coletiva as instituições, valores, relações sociais reais por idéias abstratas consensuais. Ao lado das ideologias, a sociedade também produz utopias, que Mannheim define como as idéias, representações, teorias que aspiram outra realidade, uma realidade ainda inexistente. As utopias, portanto, têm uma dimensão crítica de negação da ordem social vigente e se orientam para sua ruptura.
A epidemiologia clínica, por sua filiação à ciência positiva, seja na vertente indutiva (empirista) seja na dedutiva (racionalista), baseia-se em alguns pressupostos que nos levam a classificá-la como ideologia, nesse segundo sentido, que apontamos anteriormente.
O primeiro mito é o mito da objetividade: o conhecimento científico baseia-se no estudo de fenômenos e fatos objetivos regidos por leis naturais e independentes da vontade e da ação humana. A questão da objetividade do conhecimento aparecia, inicialmente, como um pensamento utópico, na medida que os enciclopedistas franceses procuraram demarcar os limites entre as "verdades do clero e da nobreza feudal" e a "verdade" da ciência. Este caráter crítico e revolucionário foi sendo perdido até que se transformou em um instrumento de ocultação da realidade. Afirmar o caráter natural da distribuição desigual da saúde e da doença é retirar da clínica e da epidemiologia, a possibilidade de compreensão da totalidade e portanto de sua transformação.
Durkheim afirma que "é tarefa do positivista explicar aos estudantes que os fenômenos psíquicos e sociais são fatos como os outros, como os fatos naturais, são submetidos a leis que a vontade humana não pode perturbar. Como os fatos sociais não dependem da vontade humana, por conseqüência, as revoluções são tão impossíveis quanto os milagres" (Lowy, 1985).
É claro que não pretendemos negar a necessidade de busca de objetividade na investigação científica, desde que ela não signifique a distorção dos fatos reais, ou o ocultamento dos processos de produção dos fenômenos estudados.
O segundo mito se refere à quantificação e ao raciocínio probabilístico como ferramentas por excelência do conhecimento científico. Está subjacente aqui a máxima da estatística que afirma: "medir quando for possível medir e contar quando não for possível medir". Essa obsessão pela quantificação tem uma série de conseqüências para a clínica: pode levar, e tem levado, a um abandono das habilidades tradicionais do clínico e a substituição dos elementos fornecidos pela anamnese e pelo exame físico por informações quantificadas ou "semi-quantificadas" dos exames; pode levar ainda à quantificação artificial de elementos que, por suas próprias características, não seriam passíveis de quantificação sem serem desfigurados, supondo-se que assim os raciocínios neles baseados se tornariam mais científicos. É sem dúvida empobrecedor o abandono de todas as formas de determinação em favor de uma única, ainda que esta seja a determinação probabilística.
O terceiro mito é o mito de que o desenvolvimento da técnica é sempre e inquestionavelmente positivo. Em nome do avanço tecnológico vemos uma série de ações desprovidas de sentido sendo executadas. O sofrimento que elas acarretam muitas vezes é maior do que os potenciais benefícios, sem falar no emprego desnecessário e indiscriminado de tecnologias sofisticadas no tratamento de problemas relativamente simples. O "Fausto" de Goethe é sem dúvida o melhor exemplo, nas artes, do poder destruidor do progresso e do desenvolvimento indiscriminados, enquanto a bomba atômica é o fato concreto mais gritante dos efeitos devastadores da nossa ciência neutra, objetiva e técnica.
Finalmente, mas não menos importante, o mito da neutralidade. Deixei-o para o final exatamente por considerá-lo o mais relevante sob o aspecto ideológico. A regra fundamental da objetividade científica é a separação entre sujeito e objeto do conhecimento para que se garanta a neutralidade do cientista. Todo conhecimento contaminado por valores é dito ideológico e não científico. Esta posição do positivismo e de tantas outras posturas formais relativas ao conhecimento científico é diametralmente oposta a outras posições dentre as quais vale lembrar a posição de Max Weber. Para Weber, se não houvesse o envolvimento do pesquisador com seu objeto não haveria investigação, pois, sem seus valores, o pesquisador não saberia o que investigar. Para ele, os valores determinam a escolha do objeto, o que é ou não essencial, o aparelho conceitual que será utilizado. Os valores definem a "problemática" do estudo (Lowy, 1985).
O marxismo recusa a dualidade entre sujeito e objeto da investigação, denunciando ambas as posições como ideológicas: uma por negar a existência da subjetividade avocando para si uma pretensa neutralidade e outra indicando a presença de valores subjetivos para em seguida afirmar a possibilidade de colocá-los entre parênteses tão logo a problemática esteja definida.
Não existe ciência pura de uma lado e ideologia de outro. Existem diferentes pontos de vista científicos vinculados a diferentes filiações teóricas e praxistas. A epidemiologia clínica representa hoje uma corrente de pensamento forte no contexto médico e de produção científica: o positivismo, renovado ou não pelas elaborações do racionalismo popperiano. Quando ela se apresenta como a face científica da medicina clínica e como a versão naturalizada e dócil da epidemiologia está preenchendo um papel francamente ideológico de delimitação daquilo que pode ou não pode ser objeto de investigação científica no campo da saúde e da doença; e mais, de que maneira tal objeto pode ser abordado e manejado tecnicamente.
A indicação da dimensão ideológica da epidemiologia clínica não pretende negar as possíveis contribuições que tal movimento possa ter trazido para a prática da investigação científica no campo da clínica médica. Os conhecimentos produzidos nas questões relativas à validação de procedimentos diagnósticos, eficácia de técnicas de intervenção e ao estabelecimento de prognósticos estão modificando de maneira significativa a prática clínica, embora nem sempre seja possível aquilatar se tais modificações são todas elas positivas e benéficas para os pacientes. O que se procura assinalar aqui é o caráter ideológico de tal movimento, que se apresenta, simultaneamente, como capaz de conferir maior "cientificidade" aos conhecimentos empíricos da clínica e aos conhecimentos "excessivamente" contaminados pela sociologia e política na epidemiologia.
Ao reduzir a investigação epidemiológica aos estudos de eficácia de procedimentos diagnósticos e terapêuticos aplicados a grupos de pacientes, constituídos com base apenas no fato de serem portadores de doença, a epidemiologia clínica opera sua redução mais significativa na realidade, excluindo do campo médico os estudos em que o caráter social do processo saúde-doença possa ser evidenciado.
Neste contexto, a epidemiologia pode desempenhar um de dois papéis possíveis: subsidiar a epidemiologia clínica em sua tarefa ideológica destinando-se a uma tarefa auxiliar de aprimoramento metodológico desprovida de um objeto de investigação próprio ou assumir, de forma independente, a tarefa crítica da utopia, assinalando as contradições e ilusões da ideologia dominante e produzindo conhecimentos relativos a seu objeto específico, isto é, o processo saúde-doença em sua dimensão coletiva.
Referências
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2009 Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz
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domingo, 14 de junho de 2009
Saber Discernir Quem e De Que Forma Você Vai Ajudar
A clareza veio, cruelmente, mas veio, a mensagem era que esta pessoa tinha que ser cortada do nosso vínculo de amizades, da minha casa, se ela quisesse continuar o tratamento que está fazendo num lugar especializado para o caso dela, tinha que levar mais a sério a ajuda que estava recebendo e seguir em frente, pois não seria e nem é nada fácil. As cargas dela estava sendo passada pra mim, cargas de pessoas que mexem com o que não devem e depois estão sendo cobradas e querem se livrar de forma traiçoeira, ou seja, passando suas cargas para os outros, por falta de fé, amor próprio e ao próximo se vendem a qualquer preço e nem estão aí nas conseqüências futuras.
Sempre tive a clareza de quando vou ajudar uma pessoa, que estou correndo riscos. Por estender as mãos para ajudar, não posso assumir as cargas da pessoa, sempre tive a permissão de indicar caminhos, pois se eu inventasse de assumir o fardo, talvez não conseguiria sair de tal situação ou “buraco” a qual a pessoa se encontra. Podendo também ser chamada de energias negativas/nocivas concentradas de tal forma que é assustador ao olhar corpóreo.
De todas pessoas que me mostraram até o dado momento para ajudar, cada um de forma individual e específica, nenhum foi ou é da mesma forma. Hoje ter clareza e me mostrarem quem eu não devo ajudar é realmente muito triste, pois sempre gostei de estender as mãos para ajudar e hoje em alguns casos ter que recuar não é nada fácil e ter que se afastar pior ainda. Mas me conforta quando sei que são pessoas que tem a consciência da manipulação das energias, podendo fazer trocas entre um ser sadio e um ser doente, trocar seus caminhos fechados com quem tem aberto, é muito profunda estas questões, mas reais.
Tenho a visão de ajudar um rapaz de 21 anos de idade e sei que não vai ser nada fácil, pois os trevosos já me disseram que este eu não vou conseguir, mas o plano me colocou como uma demanda a ser vencida... Se vou vencer, não sei, mas que vou atingir, isto eu vou com certeza... Tenho mais facilidade de ajudar mulheres do que homens... Sendo este rapaz uns dos últimos nesta minha fase, concluindo ele vou poder partir para a próxima fase... É como se fosse um jogo e cada vez mais vai ficando difícil e complicado.
terça-feira, 17 de março de 2009
Amor Incondicional
Quando temos um objetivo e trabalhamos em cima dele, buscando estudar, se qualificar, trabalhar, exercer, se aperfeiçoar, pesquisar, entender, compreender e respeitar, tudo para darmos o melhor de nós ao próximo e não para se glorificar, podem ter certeza que há amor ... Como ouço muitas reclamações de má profissionalismo, pessoas que atendem mal, trabalham por trabalhar, não se aperfeiçoam, a culpa de desenvolver o trabalho de forma errônea, sempre é de terceiros... Engraçado até de atender mal?!?! ... Nunca estão contentes com nada, nos lembra aquela famosa música: "É gente que vive chorando de barriga cheia" ... E ainda chegam em casa dizendo que estão cansados, que trabalharam duro o dia todo... Daí a velha pergunta: Trabalhou com amor? procurou dar o melhor de si? Será que cumpriu a sua função diária? ... É delicada a questão... Se te falta amor... Reflete e Pense... Para não te afundares cada vez mais no abismo da escuridão... Se não está contente com a função que exerce, reflita e luta pelo o que realmente almejas em termos de realização profissional, as pessoas que atendemos não tem nada haver com nossos problemas e "fracassos" pessoais.
"Tem pessoas que quando pequenas são venenosas e se não derem conta de seu veneno, quando crescem se tornam famintas e sedentas em suas variadas formas " (Amigo X)
Não Vulgarize o Verbo Amar!
Amar é Preciso Sempre!Luz, Força e Proteção Para os Guerreiros da Luz!!
Att.
Silvia Matos
sábado, 14 de março de 2009
Alma Gêmea Existe?
Temos que saber viver, conhecer e compreender os outros, mas também a nós mesmos, quais são meus limites e ideais? E respeitar os limites e ideais do próximo também!!